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Cautela: Fiocruz defende ‘passaporte da vacina’ e manter distanciamento social

Cautela: Fiocruz defende ‘passaporte da vacina’ e manter distanciamento social

20/09/2021
Fonte: Rede Brasil Atual
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“Na visão dos cientistas, a iniciativa do passaporte da vacina é uma política pública para a proteção coletiva e estímulo da vacinação”, aponta a entidade

Baseada na situação atual da pandemia de covid-19 no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez uma série de recomendações ao país. Entre elas, destaque para a necessidade de manter a cautela e rever o fim das medidas de distanciamento social. A entidade também faz uma defesa do passaporte de vacinação, um documento comprovando que a pessoa tomou vacinas para poder entrar em certos ambientes, especialmente os que contenham aglomerações.

“Na visão dos cientistas, a iniciativa é uma política pública para a proteção coletiva e estímulo da vacinação”, afirma a Fiocruz. O passaporte também funcionaria como uma “busca ativa” para pessoas com a segunda dose em atraso. “Quatro em cada dez cidades brasileiras apresentam dificuldades em completar o esquema vacinal da população pelo não comparecimento na data definida nos postos de saúde para a aplicação da segunda dose”, argumentam. Em todo o país, ao menos 8,5 milhões de pessoas estão com o esquema vacinal incompleto.

O Brasil tem uma baixa taxa de pessoas com imunização completa, 38,16%, atrás de países como Uruguai, Equador, Argentina e Chile. A Fiocruz recomenda uma suspensão mais adequada de medidas de segurança com mais de 70% da população totalmente vacinada. Tomaram a primeira dose 71,8%. Escassez de vacinas para a segunda dose impactam negativamente neste cenário. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro, vem pressionando o Ministério da Saúde para frear a vacinação entre jovens. A visão anticientífica atende a seguidores radicalizados que consomem teorias conspiratórias e mentirosas sobre a segurança dos imunizantes.

Reabertura sem critério

“Os cientistas ressaltam que o patamar de cobertura razoável para conseguir bloquear a circulação do vírus é de pelo menos 70% de pessoas com esquema vacinal completo. O Brasil ainda está longe do que temos hoje. Isto significa dizer que outras medidas de mitigação ainda possuem absoluta importância”, afirma. A circulação de variantes de preocupação, em especial a delta, que já representa mais de 90% dos casos de São Paulo, agrava a situação. Com o vírus circulando livremente, inclusive, aumentam as chances de novas mutações.

Em razão da má gestão da pandemia, o Brasil é visto – com estudos comprovando – como “celeiro” de variantes no mundo. Além da atuação do governo Bolsonaro como “aliado” do vírus, estados e municípios suspenderam com velocidade inadequada as frágeis medidas de isolamento que vigoraram ao longo do surto. “A circulação da variante Delta é um agravante no cenário atual, principalmente porque, em alguns locais, o processo de reabertura se torna cada vez mais acelerado e menos criterioso”.