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Com auxílio menor, cresce o endividamento das famílias durante a pandemia

Com auxílio menor, cresce o endividamento das famílias durante a pandemia

20/04/2021
Fonte: Rede Brasil Atual
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Aumento do endividamento tem relação com redução do auxílio emergencial e inflação dos alimentos. Inadimplência é entrave para retomada no pós-pandemia

Uma em cada quatro famílias brasileiras possui alguém com dívidas em atraso, de acordo com sondagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). Mais da metade dos endividados afirmam que o problema está relacionado à pandemia, principalmente perda de emprego e redução de salário. O percentual de endividamento das famílias é mais alto nas residências de baixa renda. Segundo a pesquisa, 26% dos entrevistados vivem em lares em que há pelo menos uma pessoa com dívida. Esse percentual sobe para 44% para famílias com renda de até R$ 2.100.

Para o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, trata-se de um cenário esperado, na medida em que a economia não cresce e a pandemia segue fora de controle. Nesse sentido, a ajuda do Estado às famílias, que deveria se ampliar, acabou reduzido. O auxílio emergencial voltou a ser pago, mas com valor menor e um público mais restrito.

“Na verdade, as pessoas estão com muita dificuldade para fechar o mês. Uma parcela bastante grande da população está com renda próxima a zero. Estamos falando de mais de 14 milhões de desempregados. Mais 10 milhões que saíram do mercado de trabalho”, destacou Fausto, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (19).

Sem emprego e sem renda, as famílias ainda enfrentam o avanço dos preços dos alimentos, o que reduz ainda mais o poder de compra da população. Outro agravante é a elevação da taxa básica de juros, a Selic, impactando no aumento do custo do financiamento dessas dívidas.