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São Paulo volta à fase mais restrita da quarentena após internar uma pessoa a cada dois minutos

São Paulo volta à fase mais restrita da quarentena após internar uma pessoa a cada dois minutos

04/03/2021
Fonte: El país
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Após recorde de mortes e internações por covid-19, Doria anunciou nesta quarta-feira que apenas as atividades essenciais estarão liberadas a partir de 0h do próximo sábado

Depois de semanas de decisões em que optou por medidas mais brandas para conter a pandemia, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (3) que todo o Estado de São Paulo voltará à fase vermelha, a mais restrita da quarentena, a partir de 00h (horário de Brasília) do próximo sábado (6). Na prática, a mudança prevê que apenas que setores essenciais da economia, como farmácias, supermercados, transportes coletivos funcionem. Por causa de uma mudança feita no início da semana, igrejas também estão autorizadas a funcionar. A previsão é que essa etapa da quarentena dure duas semanas.

O recrudescimento do lockdown paulista acontece após São Paulo registrar o recorde de mortes por dia nesta terça-feira: 468, segundo números divulgados pela Secretaria da Saúde. As 1.641 mortes pelo novo coronavírus registradas pelo Ministério da Saúde em âmbito nacional, divulgadas nesta terça, também constituem o maior número de óbitos registrados em 24h desde o início da pandemia no país. Segundo o Governador, a central de regulação de leitos do Estado recebeu apenas nesta terça-feira 901 pedidos para internação em leitos de UTI e enfermaria. “Uma média de um paciente a cada dois minutos”, ressaltou.

Medidas mais restritivas para conter o avanço da pandemia em São Paulo já eram esperadas do governador há uma semana, quando o Estado chegou a marca de 6.657 pessoas internadas em UTIs públicas e privadas com covid-19, um recorde desde o início da pandemia de coronavírus. No entanto, Doria optou por anunciar naquela quarta-feira (24) apenas a restrição de circulação entre 23h e 5h em todos os municípios paulistas. A medida, válida entre 26 de fevereiro e 14 de março, era uma tentativa de “reduzir aglomerações e encontros que possam ocorrer sobretudo no período noturno”, nas palavras Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência, em entrevista coletiva ao lado do governador.

Essas aglomerações já estavam proibidas pelo Plano São Paulo, o programa adotado pelo Governo paulista que controla a abertura de diferentes regiões do Estado durante a pandemia. A capital paulista, por exemplo, se encontrava na fase amarela, que proibia a abertura de bares após às 20h e restaurantes depois das 22h. O novo toque de recolher, segundo o Governo, buscava aumentar a fiscalização de festas noturnas e multar organizadores clandestinos. A equipe de Doria deixou claro que não multaria trabalhadores noturnos, nem fecharia o transporte público ou qualquer serviço essencial.

Uma semana depois, a ocupação dos leitos de UTI prova que, na prática, o decreto não foi eficiente. São Paulo tem hoje 7.415 pessoas com covid-19 internadas em tratamento intensivo, que representam 75,3% de ocupação no Estado. Mesmo hospitais particulares da capital, como Albert Eistein e Sírio Libanês, registram quase 100% de ocupação. Depois de ignorar o apelo por restrições mais duras feitas pelo grupo de epidemiologistas que o assessora, Doria cedeu com a piora da pandemia. A partir de sábado, shoppings, comércios de rua e academias, por exemplo, estarão proibidas de funcionamento. Serão permitidos apenas setores essenciais: farmácias, supermercados, padarias, agências dos correios, petshops, clínicas veterinárias, postos de combustível e transportes coletivos, como ônibus, trens e metrô, além das igrejas. Estas não estavam permitidas até esta segunda-feira (1), quando o governador assinou um decreto que define a igreja como ativididade essencial.